O cinismo da grande mídia e o 3º mandato – Lula e Uribe

20 agosto, 2009

Esssa aqui não merece nenhum tipo de comentário. O que se vê já é bastante para entender tudo. Mas não podemos deixar de publicar, é um fato afirmativo de uma argumentação que a Folha tentar desmantelar em seu edital de hoje, afirmando que “denuncismo” como algo surreal. Aqui está a miséria moral da grande mídia do sul, exposto. Veja o caso de Honduras, será que não há algo de similar. E se na Colômbia começar uma “revolução” para derrubar Uribe.. aí, meu Deus, vai ser o pior golpe das Américas, a mídia só iria falar disso uns três meses seguidos…

Por Hugh Bronstein

BOGOTÁ (Reuters) – O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, ficou mais próximo de buscar uma segunda reeleição em 2010 após o Senado do país ter aprovado na noite de quarta-feira uma lei que o permite buscar o terceiro mandato.

Uma votação apertada será realizada na Câmara na próximo semana sobre o tema.

A lei pede a realização de um referendo que perguntará aos eleitores se eles querem mudar a Constituição para permitir que o presidente, forte líder no combate à violência, possa concorrer novamente no pleito de maio.

Uribe ainda não disse publicamente se vai tentar mais uma reeleição. Mas seu governo está pressionando bastante pela realização da consulta popular.

O presidente foi eleito pela primeira vez em 2002 e depois reeleito em 2006, após uma mudança na Constituição que permitiu o segundo mandato. Ele é um herói para muitas pessoas por ter tornado as cidades e estradas colombianas mais seguras após um acordo com os Estados Unidos para combater o tráfico de drogas e as Farc.

Uribe é o principal aliado do governo norte-americano na região, onde governos vizinhos, liderados pelo venezuelano Hugo Chávez, criticam regularmente as políticas norte-americanas e reforçam seus laços com Rússia, China e Irã.

(Reportagem adicional de Monica Garcia)

Essa peróla foi replicada sem revisão por quase todas as grandes mídias, é só ver no Google.

A grande imprensa brasileira mostra a tua cara de pau. Quando um deputado petista sugeriu o terceiro mandato para Lula, ela acusou a manobra de golpe. Mas quando o assunto é Álvaro Uribe o tratamento é outro. Veja o que publicou o “Estadão” nesta quinta-feira (preste atenção no que vai em negrito), destacados acima, como no original. Veja o blog que atentou para o fato.

Veja mais:

https://olhosdonorte.wordpress.com/2009/06/04/terceiro-mandato-mais-uma-perseguicao-da-midia-contra-lula/

https://olhosdonorte.wordpress.com/2009/05/17/fhc-o-mandato-presidencial-e-a-republica-de-remendos/


Os dilemas de Obama e da América Latina

13 agosto, 2009

Em anos recentes a América Latina vem tendo postura ativa na defesa da sua auto determinação em termos políticos. Neste pauta está o fim das intervenções dos EUA nos países latinos. Com certeza é um grande ganhos. Mas as amarras de outrora ainda se fazem presentes e a força dos EUA ainda é requisitada.

Aí está a contradição ou paradoxo desse processo de autonomia. Obama parece que identificou bem tais situação em que se meteu. Ele aceita a autodeterminação dos latinos, pela menos no discuros, o que é relevante. MAs o latinos como filhos que acabaram de sair da casa da mãe pedem um auxiliozinho aos tutores. Este texto fala deste contexto e de como trabalhar essa questão para o bem e futuro da nossa autodeterminação:

Dois temas inquietam os governos latino-americanos. A ditadura hondurenha e o acordo dos Estados Unidos com a Colômbia para usar sete bases americanas desse país. Segundo o correspondente da agencia espanhola EFE, Obama abordou os temas com um meio sorriso. Fez isso parafraseando a memorável frase do grupo de new wave inglês The Clash, a da famosa canção dedicada às relações entre Estados Unidos e América Latina.

Should I stay or should I go? (Devo ficar ou devo ir?)

Obama não usou essas palavras. Disse com mais diplomacia, “alguns dos que têm criticado a ingerência dos Estados Unidos na América Latina se queixam agora de que não está havendo ingerência suficiente”.
Não usou a frase, mas disse o que milhões de estadunidenses pensam quando escutam as queixas, denúncias e insultos, mesclados com demandas, pedidos e súplicas, dos governos e dos povos latino-americanos. Should I stay or should I go?

Dois temas internacionais preocuparam nesta semana aos presidentes sul-americanos. Um unifica, o outro divide.

O que unifica é o golpe em Honduras. Neste tema, a América do Sul tem se comportado como um bloco coeso. Mas o consenso geral é que o tema os supera e que apenas os Estados Unidos pode destravar a situação.

Os Estados Unidos condenou o golpe em Honduras, cortou ajuda militar e dos organismos multilaterais que controla, retirou os diplomatas golpistas da embaixada de Washington e rapidamente credenciou os novos enviados de Zelaya, cancelou os vistos dos principais responsáveis pelo golpe e convenceu um grupo de importantes altos oficiais hondurenhos para que se pronunciasse contra o golpe e a favor de uma solução que contempla a volta de Zelaya.

Os presidentes da América do Sul querem que se faça mais. Ao declarar formalmente que houve “golpe de Estado”, como muitos exigem, por lei, deve retirar o seu embaixador de Tegucigalpa. Mas, os mesmos diplomatas zelayistas que estão em Washington explicaram ao Página/12 que eles não querem que os Estados Unidos retire o seu embaixador, Hugo Llorens, porque Llorens, com seus contatos, é o único capaz de destravar a negociação com os golpistas em favor da volta de Zelaya.

Should I stay or should I go?

O tema que divide a região é o acordo das bases colombianas.

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